Autor: Alexandre Callari
Editora: Évora
Número de Páginas: 333
Gente!! Eu tenho que
contar para vocês minha paixão secreta: zumbis. Eu simplesmente amo seriados e
filmes com esse tipo de temática (somente os muito bem feitos, é claro). Não
pude conter minha alegria quando me deparei com Apocalipse Zumbi, um livro que
tem uma temática bem interessante e autor brasileiro. Isso mesmo!! Um escritor
brasileiro nos presenteou com uma ótima série sobre zumbis. EBAA!! Você irá se
impressionar com esse novo mundo criado por Alexandre e com certeza não
conseguirá parar de ler.
Quando eu disse que
vocês não conseguiriam parar de ler, eu falei super sério. Você lê o prólogo (com
suas míseras 4 páginas) e fica completamente fascinado e curioso para saber o
que acontecerá em seguida. Essa foi a primeira obra que mostrou aos leitores o
que se passa na cabeça das pessoas quando elas estão se transformando. Achei
muito interessante, pois essa foi uma pergunta que sempre me fiz, mas nunca
consegui pensar em nada que a explicasse.
Outro fator que não me
passou despercebido no prólogo, foi a crítica social contida nele. No nosso dia
a dia estamos constantemente ocupados, e não nos atentamos aos prazeres simples
e cotidianos que nos cercam. Pior ainda: não os valorizamos. Nos preocupamos
com coisas sem sentido que não farão nenhuma diferença para nossa vida. Por
exemplo: “Qual a importância de seguir um padrão de beleza universal?”. Depois
que todas as pessoas foram impostas à uma mesma situação (apocalipse zumbi),
todas elas ficaram no mesmo patamar, pois ninguém era melhor que ninguém. Todas
seriam comida de zumbis do mesmo modo, não importando se eram bonitas, feias,
negras, brancas, magras, gordas... Naquele meio o que importava era sua
inteligência e sua capacidade de adaptação, fatores que sempre deveriam ser
valorizados.
Enfim, somos
apresentados aos personagens que irão nos acompanhar durante toda (ou parte) da
história. Alguns me cativaram de início, outros somente com o tempo. Teve ainda
aqueles que não consegui simpatizar nem por um instante. Manes foi um desses
personagens que eu não gostei nem um pouco. Ele tem algumas qualidades como:
ser um bom líder, ler bem as pessoas e seguir seus instintos, porém ele é meio
hipócrita (odeio isso). Eu acho que ele usa desnecessariamente a força bruta em
certas situações e faz coisas erradas (como trair a mulher dele), mas condena
outros que façam coisas que ele não acha certo.
Elizabete (Liza) é a
esposa do Manes (e minha personagem preferida). Na minha opinião, ela era a
pessoa que fazia com que o grupo permanecesse unido. Ela era uma boa líder,
sendo boa e solidária em alguns momentos e pulso firme e determinada em outros.
Se tem uma coisa que chama a atenção em sua personalidade é seu otimismo.
Sempre apoiava e auxiliava o marido na tomada de decisões. Além disso, ela
tinha vislumbres do que iria acontecer no futuro. Se ela achasse que algo não
ia bem, pode ter certeza que alguma coisa ia dar errado.
Esse grupo vivia em um
lugar seguro, com: muros, pequenas plantações, armamentos e água. Eles estavam
divididos em duas facções: os que apoiavam e os que não apoiavam o Manes. Em
meio a esse clima tenso, chega um “novato” que parece atento a qualquer
discórdia que ocorre no lugar. Não demora para que Manes perceba isso e para
que você fique curioso quanto às intenções dele. E o narrador te dá um spoiler
no final do primeiro capítulo: Liza se arrependerá de defender o novato Dujas.
Essa declaração me deixou muito aflita e intensificou minha ansiedade e medo.
Com certeza haveriam muitas mortes.
Há vários outros
personagens na trama, os quais uns são mais importantes e outros menos. Não
tenho como descrever todos e deixar o texto não tão grande, então você terá que
ler para conhecê-los. O legal é que todos tiveram seu momento de destaque, no
qual o autor conta suas histórias antes ou durante o apocalipse. Isso te ajuda
a entender um pouco o personagem, mesmo que não goste nenhum pouco dele.
Há trechos dos livros
que mostram as primeiras pessoas a serem infectadas. Não se sabe como, mas nos
mostra o que aconteceu no início. E os personagens são inteligentes o
suficiente para não criar nenhum tipo de teoria absurda. Tudo o que nos é
falado sobre o vírus tem muita lógica. Por exemplo: porque algumas pessoas se
transformam em três minutos e outras levam mais de três horas? Explicação
inteligente: cada ser humano tem seu próprio organismo que reage de maneira
diferente a determinadas coisas, logo o tempo de transformação de cada um varia
de acordo com o indivíduo. A história ganha pontos por ser realista.
Quem não gosta de
imagens fortes, não precisa nem começar a ler. O autor não poupa ninguém
daquilo que acontece no apocalipse. Você verá até mesmo bebês estraçalhados no
colo da mãe morta (essa foi a cena que mais me marcou). Há vários
acontecimentos grotescos e violentos que são descritos de maneira minuciosa.
Você poderá ter uma ideia de alguns deles ao ver as ilustrações do livro e da
capa. Elas ficaram sensacionais!!
Se você está cansado
dos zumbis tradicionais, este livro é uma ótima escolha. Na minha opinião
Alexandre Callari reinventou os zumbis. Estes são realmente aterrorizantes, com
olhos vermelhos e vidrados, pele meio pálida-esverdeada e sangue escuro. Não
pense que eles são lentos, pois não são. Correm até mais que os seres que vemos
em Guerra Mundial Z (amo esse filme). Outra invenção interessante do autor são
os contaminados: pessoas que depois de mordidas não se transformaram
completamente. Eles aparentemente são normais, tirando seus olhos avermelhados
e as peles sem cor. O que os tornam assustadores são sua extrema insanidade.
Eles simplesmente parecem animais selvagens, completamente imprevisíveis e
loucos. Eu realmente não sei de qual dos dois eu teria mais medo.
Eu não posso dizer que
havia somente uma história, mas duas. Uma se passava dentro do quartel, onde
estava ocorrendo um conflito entre os moradores de lá. A outra fora das
proteções do lugar onde viviam, tentando resgatar Espartano, um dos melhores
batedores que eles tinham. Ambas eram muito interessantes e me deixavam constantemente
ansiosa para saber o que ocorreria no próximo capítulo.
O final foi realmente
muito bom. Todos do grupo concordaram com um fator que eu acho muito importante
e lógico. Quando eu via séries relacionadas a zumbis eu sempre pensei: “Por que
eles não fazem isso?”. Não vou poder contar o que é para você descobrirem
sozinhos. Só posso dizer que o fim do livro fez com que eu quisesse ler o
próximo o mais rápido possível. E aí? Quando você começará a ler essa história?
Nota: 9
adorei esse livro .
ResponderExcluirTambém adorei esse livro!! Um dos mais realistas com o tema zumbi. Espero que tenha gostado da resenha!
ExcluirAbraços