sexta-feira, 22 de abril de 2016

Resenha: Apocalipse Zumbi - Os Primeiro Anos


Autor: Alexandre Callari
Editora: Évora
Número de Páginas: 333

     Gente!! Eu tenho que contar para vocês minha paixão secreta: zumbis. Eu simplesmente amo seriados e filmes com esse tipo de temática (somente os muito bem feitos, é claro). Não pude conter minha alegria quando me deparei com Apocalipse Zumbi, um livro que tem uma temática bem interessante e autor brasileiro. Isso mesmo!! Um escritor brasileiro nos presenteou com uma ótima série sobre zumbis. EBAA!! Você irá se impressionar com esse novo mundo criado por Alexandre e com certeza não conseguirá parar de ler.


      Quando eu disse que vocês não conseguiriam parar de ler, eu falei super sério. Você lê o prólogo (com suas míseras 4 páginas) e fica completamente fascinado e curioso para saber o que acontecerá em seguida. Essa foi a primeira obra que mostrou aos leitores o que se passa na cabeça das pessoas quando elas estão se transformando. Achei muito interessante, pois essa foi uma pergunta que sempre me fiz, mas nunca consegui pensar em nada que a explicasse.

       Outro fator que não me passou despercebido no prólogo, foi a crítica social contida nele. No nosso dia a dia estamos constantemente ocupados, e não nos atentamos aos prazeres simples e cotidianos que nos cercam. Pior ainda: não os valorizamos. Nos preocupamos com coisas sem sentido que não farão nenhuma diferença para nossa vida. Por exemplo: “Qual a importância de seguir um padrão de beleza universal?”. Depois que todas as pessoas foram impostas à uma mesma situação (apocalipse zumbi), todas elas ficaram no mesmo patamar, pois ninguém era melhor que ninguém. Todas seriam comida de zumbis do mesmo modo, não importando se eram bonitas, feias, negras, brancas, magras, gordas... Naquele meio o que importava era sua inteligência e sua capacidade de adaptação, fatores que sempre deveriam ser valorizados.

      Enfim, somos apresentados aos personagens que irão nos acompanhar durante toda (ou parte) da história. Alguns me cativaram de início, outros somente com o tempo. Teve ainda aqueles que não consegui simpatizar nem por um instante. Manes foi um desses personagens que eu não gostei nem um pouco. Ele tem algumas qualidades como: ser um bom líder, ler bem as pessoas e seguir seus instintos, porém ele é meio hipócrita (odeio isso). Eu acho que ele usa desnecessariamente a força bruta em certas situações e faz coisas erradas (como trair a mulher dele), mas condena outros que façam coisas que ele não acha certo.

       Elizabete (Liza) é a esposa do Manes (e minha personagem preferida). Na minha opinião, ela era a pessoa que fazia com que o grupo permanecesse unido. Ela era uma boa líder, sendo boa e solidária em alguns momentos e pulso firme e determinada em outros. Se tem uma coisa que chama a atenção em sua personalidade é seu otimismo. Sempre apoiava e auxiliava o marido na tomada de decisões. Além disso, ela tinha vislumbres do que iria acontecer no futuro. Se ela achasse que algo não ia bem, pode ter certeza que alguma coisa ia dar errado.

    Esse grupo vivia em um lugar seguro, com: muros, pequenas plantações, armamentos e água. Eles estavam divididos em duas facções: os que apoiavam e os que não apoiavam o Manes. Em meio a esse clima tenso, chega um “novato” que parece atento a qualquer discórdia que ocorre no lugar. Não demora para que Manes perceba isso e para que você fique curioso quanto às intenções dele. E o narrador te dá um spoiler no final do primeiro capítulo: Liza se arrependerá de defender o novato Dujas. Essa declaração me deixou muito aflita e intensificou minha ansiedade e medo. Com certeza haveriam muitas mortes.

      Há vários outros personagens na trama, os quais uns são mais importantes e outros menos. Não tenho como descrever todos e deixar o texto não tão grande, então você terá que ler para conhecê-los. O legal é que todos tiveram seu momento de destaque, no qual o autor conta suas histórias antes ou durante o apocalipse. Isso te ajuda a entender um pouco o personagem, mesmo que não goste nenhum pouco dele.

        Há trechos dos livros que mostram as primeiras pessoas a serem infectadas. Não se sabe como, mas nos mostra o que aconteceu no início. E os personagens são inteligentes o suficiente para não criar nenhum tipo de teoria absurda. Tudo o que nos é falado sobre o vírus tem muita lógica. Por exemplo: porque algumas pessoas se transformam em três minutos e outras levam mais de três horas? Explicação inteligente: cada ser humano tem seu próprio organismo que reage de maneira diferente a determinadas coisas, logo o tempo de transformação de cada um varia de acordo com o indivíduo. A história ganha pontos por ser realista.

      Quem não gosta de imagens fortes, não precisa nem começar a ler. O autor não poupa ninguém daquilo que acontece no apocalipse. Você verá até mesmo bebês estraçalhados no colo da mãe morta (essa foi a cena que mais me marcou). Há vários acontecimentos grotescos e violentos que são descritos de maneira minuciosa. Você poderá ter uma ideia de alguns deles ao ver as ilustrações do livro e da capa. Elas ficaram sensacionais!!

         Se você está cansado dos zumbis tradicionais, este livro é uma ótima escolha. Na minha opinião Alexandre Callari reinventou os zumbis. Estes são realmente aterrorizantes, com olhos vermelhos e vidrados, pele meio pálida-esverdeada e sangue escuro. Não pense que eles são lentos, pois não são. Correm até mais que os seres que vemos em Guerra Mundial Z (amo esse filme). Outra invenção interessante do autor são os contaminados: pessoas que depois de mordidas não se transformaram completamente. Eles aparentemente são normais, tirando seus olhos avermelhados e as peles sem cor. O que os tornam assustadores são sua extrema insanidade. Eles simplesmente parecem animais selvagens, completamente imprevisíveis e loucos. Eu realmente não sei de qual dos dois eu teria mais medo.

       Eu não posso dizer que havia somente uma história, mas duas. Uma se passava dentro do quartel, onde estava ocorrendo um conflito entre os moradores de lá. A outra fora das proteções do lugar onde viviam, tentando resgatar Espartano, um dos melhores batedores que eles tinham. Ambas eram muito interessantes e me deixavam constantemente ansiosa para saber o que ocorreria no próximo capítulo.

       O final foi realmente muito bom. Todos do grupo concordaram com um fator que eu acho muito importante e lógico. Quando eu via séries relacionadas a zumbis eu sempre pensei: “Por que eles não fazem isso?”. Não vou poder contar o que é para você descobrirem sozinhos. Só posso dizer que o fim do livro fez com que eu quisesse ler o próximo o mais rápido possível. E aí? Quando você começará a ler essa história?

Nota: 9

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Também adorei esse livro!! Um dos mais realistas com o tema zumbi. Espero que tenha gostado da resenha!
      Abraços

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