Resenha: Birth of a Beauty

Ano de exibição: 2014-2015

Número de episódios: 21

Emissora: SBS

Direção: Lee Chang Min

Roteiro: Yoon Young Mi

Tempo médio de duração dos episódios: 1h

     Se tem uma coisa que eu adoro, é drama no qual um dos personagens é extremamente humilhado no início, mas consegue dar a volta por cima no final. Fala sério!! Não tem coisa melhor! Além de Birth of a Beauty ter isso, ele tem uma das atrizes que eu mais gosto: Han Ye Seul. Se você não a conhece, comece a assistir esse drama imediatamente. Você também pode dar uma conferida em Madame Antoine, outra série que contou com sua espetacular atuação.

     Bem... A história se inicia com uma cena bem doida: uma mulher muito bonita sendo seguida por um monte de gente na rua. Essa mulher é famosa? Não! Então por que ela está sendo seguida? Porque ninguém nunca viu beleza igual. O que ninguém sabe (nem mesmo essa própria mulher se lembra) é que ela sofreu uma transformação total, ficando irreconhecível. O nome dela é Sa Keum Ran (Ha Jae Suk), uma pessoa muito acima do peso que é constantemente explorada e zombada pela família do marido. Este não voltava para casa a mais de sete anos.

     Você se vê com muita pena de Sa Keum Ran, pois além de não estar satisfeita com sua aparência, ela descobre que está sendo traída pelo marido. Desse modo, vários acontecimentos acabaram por ocasionar um acidente de carro, no qual todos pensaram que ela havia se suicidado. Ainda machucada, ela vai à casa de um cirurgião plástico e implora que ele mude toda a sua aparência. Com a combinação de todas as perfeições estéticas, ela se torna uma das mulheres mais bonitas do mundo. Seu nome agora é Sara (Han Ye Seul).

     Vou ter que admitir que Sa Keum Ran me irritou muito no começo. Quando ela era gordinha, simplesmente aceitava qualquer tipo de tratamento. Acho que ela se sentia tão mal consigo mesma, que não era capaz de falar o que pensava com confiança. Uma coisa é fato: se você não está satisfeito com alguma coisa em si próprio, é só arrumar motivação para mudar. Mas o que mais me deixava com raiva, era o fato dela querer recomeçar com o marido que a traiu. Vida que segue querida!

     Han Tae Hee (Joo Sang Wook) foi o “cirurgião” que transformou a protagonista. E tudo de graça, hein? Quais seus motivos para fazer isso? Simples! Ele é apaixonado por Gyo Chae Yeon (Wang Ji Hye), a amante e a nova noiva do marido de Keum Ran/Sara. Então, ambos tentariam separar o novo casal através da beleza extrema recentemente adquirida. Tae Hee é um ÓTIMO personagem. Ele é muito engraçado e faz de tudo pelas pessoas que ama. Quando ele junta com a protagonista nem se fala, você suspira por ele o tempo todo. Há alguns mistérios sobre seu passado que vão sendo revelados conforme a trama vai se desenvolvendo. Vem surpresa por aí!

     A convivência com Tae Hee e o descobrimento de certos fatos acerca de sua morte fizeram com que Sara se transformasse totalmente. Ela não era mais uma mulher insegura e que deixaria aqueles que a feriram no passado viver tranquilamente. Dessa forma, ela e Tae Hee fizeram vários planos para dar uma lição na família do ex-marido dela e no próprio ex-marido. Ela foi totalmente diabólica. E eu amei! Não suporto aquelas protagonistas que de tão boas não conseguem se vingar nem do homem que as traiu. Lógico que ela continuou sendo uma pessoa boa e doce, tendo todas as qualidades que ela anteriormente tinha. Gostei muito do olhar de determinação que Han Ye Seul deu para a personagem. Essa atriz só me surpreende! <3

     Esse k-drama, embora mostre cenas de vários outros personagens, focou muito na relação dos protagonistas. E realmente eram as melhores partes. Quando Sara e Tae Hee estavam juntos você podia ter certeza de duas coisas: ou você iria se deliciar com a maravilhosa química entre os dois, ou você iria gargalhar muito. As caras e bocas que ambos faziam eram de morrer de rir, os apelidos dele também (doutor e detetive chefe). Você vai descobrir que na história tem muitos momentos divertidos.

     Outras personagens que eu gostei foram: Sim Yeo Ok (Lee Jong Nam) e Eun Gyung Joo (Shim Yi Young). A primeira é a mãe da protagonista, nunca acreditando que a filha tinha se suicidado e buscando a verdade por trás do acidente. Eu fiquei comovida pelo amor que sentia pela filha. A segunda é amiga de Keum Ran. E que amiga, hein? Ela cuidava direitinho da mãe da protagonista e sempre a ajudava. Fala sério! Não é todo mundo que tem sorte de ter uma pessoa dessa perto. Ambas não apareceram muito, mas me passaram uma boa impressão.

     Com certeza personagens odiosos é o que não falta. Vou começar falando sobre o casal diabólico: Gyo Chae Yeon e Lee Kang Joon (Jung Gyu Woon). Ambos realmente se mereciam e eu estava torcendo para que tudo desse errado para eles no final. Chae Yeon sempre percebeu que Tae Hee gostava dela, então ela se aproveitava dele o tempo todo. Além disso, ela tratou a protagonista com muito desprezo antes de sua transformação, ferindo muito seus sentimentos. Eu não podia deixar de sorrir toda vez que Sara a provocava e a atingia! Kang Joon é pior do que ela. Ele é tão mulherengo que trairia qualquer pessoa que estivesse com ele por uma mais bonita. Ele é muito covarde e não sabe enfrentar seus problemas de frente, sempre procurando soluções nada corretas. Desde que estivesse tudo certo para ele, não se importava em tirar vantagem ou ferir os outros. Que ele se cuide, pois a Sara vai tentar acabar com a vida dele.

     A família de Kang Joon é difícil de aturar também. Quando Keum Ran ainda estava “viva”, eles a tratavam da pior maneira possível. Ela era quase como uma escrava. Quando eles souberam de sua morte, só o pai (Han Jin Hee) ficou triste. Não sei quem é pior, se é a mãe (Kim Young Ae) ou as filhas (Kang Kyung Hun e Jin Ye Sol). Todas eram muito esnobes e desprezavam todas as outras pessoas. Realmente fiquei assustada com a diferença gritante da maneira como elas tratavam Sara e Keum Ran (embora fossem a mesma pessoa). Fiquei ansiosa para descobrir como reagiriam ao descobrir toda a verdade.

     Além de toda essa história de vingança, há também a disputa para ver quem será o CEO do Winners Group. Han Min Hyuk (Han Sang Jin) é o neto ilegítimo de Madame Park (Kim Yong Rim). Como percebeu que ela não o tornaria presidente, passou a conspirar com sua mãe, Son Ji Sook (Kim Cheong), para enfraquecer seu poder de decisão e alcançar o cargo que desejava. Tenho que admitir que não desgostei de Min Hyuk, pois ele era uma pessoa que tinha muitas mágoas e nunca foi tratado como um verdadeiro neto pela avó. Mas é lógico que ele tomou várias decisões que não eram certas, por isso não podia torcer para que ele conseguisse o que queria. Só acho que a Madame Park teve o que mereceu em alguns momentos, pois tudo o que aconteceu com ela foi fruto do desprezo e descaso com o neto.

     Agora vou falar do que mais me assustou ao ler a descrição do drama: a quantidade de episódios. Todos que estão acostumados a assistir k-dramas sabem que geralmente há muita enrolação quando o número de episódios ultrapassa 16. Por incrível que pareça isso não aconteceu em Birth of a Beauty. Havia vários elementos a serem resolvidos na história e a química do casal principal era excelente, então não abriu nem uma brecha para que eu pensasse que era hora de encerrar tudo. Só tenho que admitir que não gostei muito dos primeiros episódios porque a Keum Ran não tinha muita vergonha na cara. Depois disso, eu não consegui parar de assistir.

     O fator romance é muito bem abordado nesse k-drama, pois Tae Hee e Keum Ran não demoram muito para perceber o que sentem um pelo outro. Até que enfim uma história em que podemos desfrutar muito da relação “oficial” do casal principal, não é? Além disso, temos o fator bônus: ele se apaixona primeiro. É muito fofo ele tentando negar o que estava sentindo e as expressões totalmente inocentes que fazia. O tema amor foi abordado de maneira diferente do esperado, dando ênfase ao fato de que a união dos dois os tonavam imbatíveis. Até mesmo em situações perigosas o dois estavam juntos <3.

     Eu não achei que eu ia gostar tanto assim desse drama. Um dos motivos é a impressão que ele me passava de ser quase que uma propaganda para a cirurgia plástica. Ela era o escudo de Keum Ran, era aquilo que possibilitou que ela alcançasse o sucesso. Depois, percebi que não era nada disso. A história nos ensina que devemos gostar de nós mesmos como realmente somos, que nosso poder não vem da aparência ou do dinheiro, mas sim de nós mesmos. O interessante é que conforme Sara ia se aceitando, ela se olhava no espelho e via quem era de verdade: Sa Keum Ran. Fiquei muito feliz da atriz Ha Jae Suk não aparecer só no início.

     Agora, a pergunta final: o último episódio foi bom? Ele não foi simplesmente bom. Ele foi ótimo. Todos os personagens tiveram aquilo que mereciam, sejam coisas boas ou ruins. Todas as perguntas foram respondidas em seu devido tempo e certos personagens conseguiram se redimir um pouco. Enfim, assistam esse drama. Você não irá se arrepender e irá refletir em como você enxerga a si mesmo. Geum Ran! Tae Hee! Fighting!

Nota: 9.5