Autor: Alexandre Callari
Editora: Évora
Número de Páginas: 356
Quando vi a capa do
primeiro livro da série Apocalipse Zumbi, eu fiquei impressionada com tamanha
perfeição da ilustração. Eu só não esperava que a capa do segundo ia ficar
ainda melhor. Com certeza qualquer pessoa sentiria medo de se encontrar com um
zumbi desses. Em Inferno na Terra o leitor descobrirá imediatamente que o
principal problema do apocalipse não são os zumbis, mas os próprios seres
humanos.
Eu elogiei a capa,
então agora terei que criticar as ilustrações. As imagens do primeiro livro, na
minha opinião, estavam melhores que as do segundo. Acho que pode até ser
proposital que o autor tenha desejado que as elas sejam meio feias e sem muitos
detalhes, mas realmente passou a impressão que elas foram feitas de qualquer
jeito. De qualquer modo, isso não vai interferir na sua leitura, embora ter um
livro com imagens caprichadas seja muito legal.
O livro se inicia nos
apresentando dois personagens que serão muito importantes nessa trama: Bispo e
Tebas. O primeiro era um homem que tinha uma vida frustrada e que acabou
descobrindo em uma saída noturna, que apreciava a sensação de matar pessoas. Na
Era D.A (Depois do Apocalipse), ele se tornou líder de um grande grupo: a
Catedral. O segundo era líder de uma comunidade nômade. Ele era um lutador
nato, adquirindo vários pertences de outros grupos nos jogos que participava.
Já deu para perceber que eles darão muito trabalho para os sobreviventes do
quartel, certo?
Assim como no primeiro
livro, em cada capítulo nos é mostrado cenas dos mais diversos personagens e
nos mais diversos tempos. Em um capítulo conhecemos o passado de uma
personagem, no outro ficamos sabendo o que está acontecendo no quartel, no
outro nos vemos na catedral. Isso faz com que a leitura seja bem dinâmica e
você se mantém curioso o livro inteiro. Se tem uma coisa que você pode ficar
tranquilo, é quanto ao livro te prender do início ao fim. Posso dizer
seguramente que a história do segundo conseguiu ser mais emocionante que a do
primeiro.
Quem leu o primeiro
livro sabe que Manes pretende não ficar mais tão passivo em relação aos zumbis,
decidindo começar a enfrentá-los. Eu realmente acho isso muito lógico, pois
quanto mais você mata, menos deles você tem perto da sua comunidade. Além
disso, as pessoas passariam a ficar mais habilidosas, tendo mais treinamentos
para que o confronto dê certo. O problema é que Manes vem com o plano de chamar
outras comunidades para ajudá-los. Fala sério! Ele não aprendeu com Dujas que
lidar com pessoas desconhecidas é uma má ideia?
Então, ele monta uma
comitiva formada por Espartano, Júnior e ele próprio. O objetivo é que eles
cheguem à Catedral – a maior comunidade conhecida – e convençam seu líder a
ajudá-los a limpar uma área da cidade para que todos possam viver com conforto.
O detalhe é que esse grupo fica a quase 300 quilômetros de distância. Será que
é realmente seguro deixar o quartel sem um de seus dois melhores lutadores?
Quando eles partem,
quase que imediatamente as luzes se apagam. Muita coincidência, não? Não
satisfeitos em perder dois ótimos lutadores, Zenóbia e Cortez saíram do quartel
para descobrir onde estavam os geradores de energia que alimentavam a cidade.
Tem hora que me irrita essas idiotices que as pessoas fazem em histórias de
zumbi. É óbvio que algo irá acontecer no quartel. E só para nos deixar
nervosos, o autor nos avisa isso em um dos primeiros capítulos.
Realmente achei que a
história ficou muito emocionante. Parabéns para Alexandre Callari! Eu
simplesmente li tudinho em dois dias. Sabe o que é melhor de tudo? Há momentos
do livro que falam sobre preconceito. Acho muito legal quando há partes que
fazem as pessoas pararem um pouco e refletir. A única coisa que o livro não te
proporciona são personagens cativantes. A personagem que eu mais gostava no
primeiro livro morreu e outros que eu gosto quase não aparecem. Isso pode ser
um problema para algumas pessoas, embora acho que a tensão e o ritmo da trama
conseguem te prender por si só.
Nesse livro tem uma
personagem que eu realmente gostei: Duda. Ela é muito engraçada, inteligente e
tem uma ótima personalidade. Espartano, Júnior e Manes a encontram por acaso e
são ajudados por ela. Fiquei com dó de saber tudo pelo qual ela passou antes e
durante o apocalipse. Mas ela disse algo que é verdade: minorias eram
perseguidas antes de tudo acontecer, agora todos são perseguidos igualmente
pelos zumbis. Não tem como você ler esse livro e não gostar dela.
Zenóbia foi uma
personagem que eu passei a gostar um pouquinho mais. Ela é atlética,
independente e uma ótima lutadora. O problema é que no primeiro livro ela foi
retratada simplesmente como alvo do afeto de Manes. Sua personalidade é péssima
quando ela está perto dele. Nesse livro, o autor conseguiu subir meu conceito
sobre ela, pois mostrou que ela não é nada submissa e covarde. As pessoas que
ela encontra no meio de sua missão são as mais loucas que apareceram nessa
série até agora. Parece que vai surgindo uma cena mais grotesca que a outra.
Eu quis matar o autor
quando descobri que o terceiro lido ainda não foi lançado. Eu fiquei
apreensiva, pois esse livro é de 2013 e li em alguns lugares que o terceiro ia
ser lançado no final de 2014. Será que ele não vai lançar o próximo? Espero que
ele esteja logo nas prateleiras das livrarias. Só digo que o último capítulo
foi muito bom e me deixou curiosa para ter a continuação. Além disso, ele
conseguiu o feito impressionante de fazer com que Manes ganhasse um pouco do
meu respeito. Esse personagem com certeza sempre foi o que eu mais odiei.
Nota: 9.5
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