terça-feira, 20 de setembro de 2016

Resenha: Fear The Walking Dead – Primeira Temporada


Ano de Exibição: 2015
Número de Episódios: 6
Tempo médio de duração: 45 min
Direção: Adam Davidson
Produção: Gale Anne Hurd, David Alpert, Robert Kirkman, Greg Nicotero e Dave Erickson
Emissora: AMC
Gênero: Terror, Suspense, Drama

     Adoro filmes com o tema apocalipse e zumbis. Por isso mesmo sou fã há muito tempo da série “The Walking Dead” e espero ansiosamente pelos lançamentos de novos episódios. Para a alegria de quem também gosta desse ótimo seriado foi criado “Fear: The Walking Dead” que possui a mesma temática e com o mesmo universo de Rick, Glenn e Michonne.

     A série se inicia com Nick Clark (Frank Dillane), um viciado que mora em uma igreja abandonada com várias pessoas que também possuem o mesmo problema. Ao acordar e procurar por sua amiga Gloria, Nick se depara com uma cena assustadora e estranha. Há sangue para todos os lados e Gloria está sobre um homem, devorando-o.


     Assustado, Nick não pensa duas vezes em sair dali o mais rápido possível e com um pequeno descuido ele acaba sendo atropelado por um carro que passava. Falando coisas sem sentido ele é levado a um hospital e somos apresentados a sua família: Madison (Kim Dickens) e Alicia Clark (Alycia Debnam-Carey). Madison é uma mãe preocupada que trabalha na escola Paul R. Willians High School e Alicia é irmã de Nick, sendo completamente o oposto do irmão, inteligente e responsável. Nick também recebe o apoio de Travis Manawa (Cliff Curtis), o namorado de sua mãe.





     Enquanto isso, várias coisa estão acontecendo: crianças começam a faltar aula porque estão ficando doentes, muitas pessoas estão desaparecidas e vários conflitos entre a polícia e civis começam a surgir. Nesse meio, Madison e Travis percebem que algo muito estranho está acontecendo em relação a doença que assola Los Angeles. Por isso eles fazem um plano para sair da cidade e encontrar um lugar seguro. Então, Travis sai em busca de sua ex-mulher Liza Ortiz (Elizabeth Rodriguez) e seu filho Chris Manawa (Lorenzo James Henrie) para leva-los junto nessa viagem.


     O único problema é que Chris está em uma grande manifestação, que depois de um tempo começa a ficar bastante violenta. Então, com toda essa confusão, eles recebem ajuda de Daniel (Rubén Blades), Griselda (Patricia Reyes Spíndola) e Ofelia Salazar (Mercedes Masohn). E agora as 3 famílias, Clark, Salazar e Manawa se juntam para superar os problemas que vão surgindo e terão que lidar com a difícil convivência com militares que agora estão no comando.


     Para quem acha que “The Walking Dead” e “Fear The Walking Dead” são a mesma coisa, está muito enganado. Enquanto no primeiro Rick já acorda com todo o apocalipse zumbi acontecendo, no segundo a infecção de várias pessoas por um vírus desconhecido estava começando. Por isso, o telespectador ganha outra perspectiva, onde o vírus passa a desconstruir a sociedade aos poucos.


     É muito interessante ver o impacto causado pela doença: os meios de comunicação param de funcionar, a eletricidade começa a se extinguir e as regras do mundo democrático não são mais aplicadas. Acho que seria mais ou menos isso que aconteceria se alguma catástrofe a nível mundial ocorresse. O seriado faz com que o telespectador se coloque na situação dos protagonistas e ao mesmo tempo presencie toda as tragédias que vão acontecendo ao mundo que conhecemos.




     Se tem uma coisa que me incomodou um pouco em relação a primeira temporada é que ela não é tão movimentada como estou acostumada no “The Walking Dead”. Mas, eu compreendi o porquê. A infecção mal tinha se espalhado ainda, então é claro que não teria vários zumbis e, consequentemente, várias partes de ação. Também percebi meu erro quanto a toda essa comparação com o outro seriado. Ambos são diferentes e acontecem em momentos diferentes e, exatamente por isso, não devem ser comparados.


     Apesar disso, as partes em que os zumbis aparecem são muito boas e bem feitas. Não canso de admirar o bom trabalho dos maquiadores que cuidam do aspecto dos zumbis e dos próprios atores que os interpretam. Os zumbis ficaram bem assustadores. O seriado merece nota 10 por essa característica.



     Mesmo não possuindo muita ação, a graça de “Fear The Walking Dead” está na atmosfera assustadora e pesada, onde os personagens estão sempre tensos. O telespectador nunca sabe o que vai passar na próxima cena e passa momentos de ansiedade junto com os personagens. Se repararmos bem, em nenhum momento do seriado houve um momento de calma e tranquilidade. Esse ambiente foi crucial para que eu me interessasse cada vez mais por FTWD e esperasse ansiosamente pelos próximos episódios.


     Na primeira temporada percebemos um foco muito grande na interação humana quando grande catástrofes acontecem. Esse aspecto é muito diferente e faz com que eu seja fã dos trabalhos de Robert Kirkman. Podemos esperar mais confusões e desafios em relação a isso nas próximas temporadas.

     Não achei os personagens muito cativantes. Talvez seja porque a primeira temporada só tem 6 episódios e não pode mostrar muito sobre cada um, mas não me apeguei a nenhum. Achei que Alicia e Chris faziam várias coisas sem noção durante o seriado. Muitas vezes eu me perguntava: “Por que eles estão fazendo isso? Que nada ver!”.



      Mas ninguém é pior do que Nick, que não cansa de cometer os mesmo erros. Só não o odiei tanto porque havia momentos em que ele fazia coisas inteligentes.


     Madison foi uma das minhas personagens preferidas, ela faria de tudo pelo seus filhos e não se deixava enganar facilmente.


     Já Travis me irritava muitas vezes com sua falta de atitude em várias situações, mas depois de um tempo ficou mais esperto. Outro fator que me ganhou nesse personagem é que ele se importava muito com as pessoas a sua volta.


    Liza é uma personagem que nos cativa pelo fator de querer ajudar as pessoas, já que ela é uma boa enfermeira. Mas, acho que se ela não tivesse feito determinadas coisas, várias situações poderiam ter sido evitadas. Era aparente o tanto que gostava de Chris e até mesmo se importava um pouco com Travis.


     O personagem mais misterioso nessa primeira temporada foi Daniel Salazar. Estava muito aparente que ele estava escondendo alguma coisa sobre seu passado. Ao mesmo tempo, ele era o personagem que mais desconfiava das situações e um dos mais inteligentes. Ele não se importava sobre o que teria que fazer para proteger sua família. O telespectador vai se surpreendendo muito com ele.


    Ofelia Salazar não possui uma participação tão marcante na primeira temporada. Ela aparentemente é uma mulher muito doce e compreensiva, se torna muito amiga de Alicia e começa um caso com um dos soldados do exército. Mas, ao mesmo tempo dá para perceber como ela consegue manipular as pessoas quando necessário para conseguir o que quer.


    Griselda Salazar não obteve uma presença marcante no seriado, mas foi crucial no momento em que Travis, Liza e Chris precisavam de ajuda. Outro que possuiu uma pequena participação mas parece que vai ser um personagem principal na próxima temporada é Victor Strand (Colman Domingo). Ele ajudou Nick em momentos de necessidade, mas ao mesmo tempo é bem manipulador e egoísta.



     É inegável que todos os atores participantes de “Fear The Walking Dead” fizeram um ótimo trabalho. As reações dos personagens perante várias situações foram perfeitas e foi outro fator que fez com que eu me apaixonasse pelo seriado.

       Ainda acho que o FTWD tem várias coisas para serem melhoradas, mas gostei bastante da série. Admito que possuo um grande carinho pelo seriado que me ganhou completamente com a ótima trama e aquele ambiente tenso e assustador. Muito bom! Recomendo para todos aqueles que gostam do tema apocalipse zumbi.


Nota: 8

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