terça-feira, 13 de setembro de 2016

Resenha: Já Estou Com Saudades


Direção: Catherine Hardwicke
Produção: Christopher Simon
Roteiro: Morwenna Banks
Distribuição: Entertainment One
Ano: 2015
Duração: 1 h 52 min
Gênero: Comédia, Drama

     Eu amo filmes de comédia! E é exatamente por isso que decidi procurar por um filme desse gênero. Quando soube que Drew Barrymore faria parte do elenco, não tive minhas dúvidas de que deveria assistir “Já Estou Com Saudades”. Ela é ótima atriz para fazer filmes de comédia e não poderia perder um com uma temática que possui uma carga emocional muito forte. Exigiria muito de sua atuação, por isso decidi pegar. :)

     A trama se passa na vida de duas grandes amigas, Jess (Drew Barrymore) e Milly (Toni Collette), que são inseparáveis desde a infância. Enquanto a primeira leva uma vida tranquila com seu marido Jago (Paddy Considine) e se foca em questões ambientais, a segunda constrói uma carreira de sucesso, se casa e tem dois filhos com Kit (Dominic Cooper).



     Agora Jess deseja muito ter um filho e faz de tudo para que isso aconteça. Através de um tratamento, ela finalmente consegue sua tão sonhada gravidez. O único problema é que no mesmo momento Milly descobre que tem câncer de mama e precisa passar pela quimioterapia. Para isso, ela contará com a ajuda de sua amiga de infância e de toda sua família.



     Vocês devem estar se perguntando: “E onde está a comédia nessa história triste?”. Pois é, eu fiquei fazendo essa mesma pergunta várias vezes durante o filme. Não posso dizer que não houve partes engraçadas, porque realmente algumas foram bem divertidas. Mas, se está procurando um filme que você vai rir do começo ao fim, “Já Estou Com Saudades” não é para você.


     A trama gira em torno do câncer de Milly. Como ela estava se sentido, como a família e os amigos a apoiaram e o avanço de sua doença. O filme se trata principalmente do estado mental em que um paciente de câncer se coloca quando o descobre e, principalmente, a preocupação com a vaidade da mulher quando percebe que deverá retirar os seios ou perder os cabelos no processo para a cura.


     O tempo todo me colocava no lugar da protagonista. Perder o cabelo e os seios que são símbolos da vaidade feminina não é nada fácil. E como se não bastasse, ela se sentia mal durante todo o tratamento. Complicado, não é? Logo, você pensa que ela será uma forte protagonista que não deixará nada atrapalha-la em sua cura contra o câncer. Mas, não é bem assim. Na verdade, não foi uma protagonista que eu gostei muito.



     Eu até concordo que é uma situação horrível e que a pessoa que tem câncer deve se sentir com bastante medo (que foi o que a protagonista sentiu), mas acho que ela sentia pena de si mesma demais. O real problema é que esse sentimento fazia com que ela pensasse que podia fazer qualquer coisa, inclusive tomar decisões erradas e que magoariam outras pessoas. Desde que descobriu a doença, era como se Milly tivesse voltado a ser uma criança: pensava apenas em si mesma e se esquecia de suas obrigações como mãe.



     Por isso essa é uma personagem que não me conquistou de início. Mas o que mais me chamou atenção nela é que quando sua situação piorou, brotou coragem na personagem. E isso fez com que ela colocasse os pés no chão e resolvesse todos os problemas que ela tinha começado. Foi impressionante e ao mesmo tempo triste presenciar a evolução de Milly. Mas, esse é justamente o ponto alto do filme. O telespectador passa a ver quem ela realmente é: uma mulher forte que fará de tudo pelas pessoas que ama.


     É claro que durante todo o processo da cura de seu câncer, Milly deveria ter todo o apoio necessário. E ele veio através de sua família e amigos. Os filhos sempre se preocupavam com a mãe, a mãe de Milly redimiu todos os erros do passado quando não dava a atenção para a filha e Kit foi um marido impecável. Ele sempre ajudava Milly quando ela precisava, perdoou todos os seus erros e nunca saiu do lado da amada. Foi o melhor casal do filme. Dá para perceber de longe como os dois se gostavam.



     O maior apoio veio de sua amiga Jess, que sempre fazia de tudo para a amiga, desde atrasar sua gravidez até fazer uma viagem totalmente louca com Milly. Sério, não importava o que fosse ela sempre estaria do lado da amiga. Entendi muito o lado dela (apesar de achar que ela deveria ter mimado um pouco menos a amiga). Quem achava essa atitude um pouco errada era Jago, o marido de Jess. Muitas vezes achava ele um babacão. Até parece que eu ia deixar a minha amiga sozinha em um momento desses. Enfim, ao mesmo tempo eu concordava um pouco com ele. Jess e Jago possuíam poucos momentos como casal em que Milly não estivesse incluída. Mas, o importante é que ele sempre apoiou Jess em suas decisões.



     Todo esse apoio no filme só mostrou que as pessoas que estão com o câncer passam por um processo muito difícil. E por isso é necessário toda a atenção e carinho dos amigos e familiares. :)


     Ao mesmo tempo o filme deixa um recado muito importante sobre o câncer de mama. Milly descobriu muito tarde sobre a sua condição porque pulava muitas consultas de rotina, sempre dando a desculpa de que estava ocupada. Por isso mulheres, atenção. Sempre façam a mamografia! Se ainda não fez esse ano, corre lá para verificar se está tudo certo, ok? ;)

     Concluindo, se gosta de um filme com uma carga emocional muito forte, com fortes amizades e laços familiares então assistam “Já Estou Com Saudades”. Se você não gosta de filmes tristes (como eu) pode ficar tranquilo, afinal várias partes que deveriam ser mais melancólicas são levadas com bom humor pelas protagonistas. Apesar disso, não considero seu gênero como comédia. Enfim, aproveitem!

Nota: 7

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