domingo, 23 de outubro de 2016

Resenha: Belas e Perseguidas


Direção: Anne Fletcher
Produção: Dana Fox, Bruna Papandrea e Reese Witherspoon
Roteiro: David Feeney e John Quaintance
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Ano: 2015
Duração: 1h e 27min
Gênero: Comédia

     Quem me conhece sabe que adoro um filme de comédia. Quando envolve duplas ou grupos de mulheres que se juntam para um objetivo comum, só torna a trama mais engraçada. Por isso, quando assisti ao trailer de “Belas e Perseguidas” fiquei encantada com a história e esperando boas gargalhadas no decorrer do filme.


     Rose Cooper (Reese Witherspoon) é uma policial que passou a vida toda dentro de um carro de polícia. Isso porque seu pai era um policial respeitado por todos e ensinava a garota desde pequena sobre seu mundo. É claro que devido a isso Cooper decide trilhar por esses caminhos, com uma única diferença. Ao invés de ser uma grande oficial como seu pai, ela passa seus dias na polícia apenas atrás do balcão cuidando das provas de crimes.


     Enquanto isso um grande traficante é indiciado por vários crimes, incluindo o de homicídio. O problema é que todas as testemunhas que vão depor contra ele acabam morrendo. A chance de Cooper aparece quando ele é encarregada de proteger uma importante testemunha, Daniella Riva (Sofia Vergara). Essa se torna uma difícil tarefa quando grandes conspirações ameaçam a vida de Riva e agora as duas deverão se entender e tentar sair dessa mortal situação.


     Sinceramente, “Belas e Perseguidas” foi um daqueles típicos filmes onde o trailer consegue chamar mais atenção que o próprio filme. Esperava BEM mais dele. A comédia ficou muito focada nas trapalhadas que Cooper fazia como policial, o que foi bem chato. Acabei não me divertindo, mas sim pensando em como uma policial teria certas atitudes e não teria nem um pouco de bom-senso.


     Não se enganem. Rose não é uma personagem entediante e desprovida de atitudes e boas qualidades. Mas, achei que eles forçaram demais essa parte de “policial desastrada e sem talento”. Já chegou um momento do filme que, assim como Riva, estava cansada daquelas frases cafonas e robotizadas de Rose. Não gostava muito da personagem até que seu ponto forte começou a aparecer, quando ela passou a aceitar a si mesma e mostrou que não desiste facilmente de seus objetivos.


    Por outro lado, não posso dizer que as partes de comédia não me conquistaram. A dupla Cooper-Riva era bem engraçada e foi crucial para que eu me divertisse durante o filme. Isso se dava principalmente porque as duas possuíam personalidades opostas. Enquanto uma era toda certinha e discreta a outra era completamente escandalosa e fazia o que queria. Não importando o que fizessem:  conversas sobre “aqueles” períodos, brigas em espanhol ou comentários sarcásticos sobre comportamentos, relacionamentos ou roupas, Rose e Daniella nos tiravam boas gargalhadas.



     Se por um lado Cooper não era uma personagem tão interessante, Riva era completamente o oposto. Ela constantemente tentava fugir de Rose, o que faz com que o telespectador pense que existe algo a mais nessa história. Apesar de parecer bem artificial e muito preocupada com coisas materiais, é impossível não perceber que ela é muito mais do que aparenta e se preocupa muito mais com Cooper do que transparece. Riva é uma mulher com personalidade forte e inteligente. E isso faz com que ganhe o coração dos telespectadores.


    O filme não só nos proporcionou cenas engraçadas como também aprofundou sobre as duas personagens, falando sobre seus passados e descobrindo grandes revelações. “Belas e Perseguidas” consegue surpreender o telespectador com certos acontecimentos, assim como o surgimento de uma grande amizade entre uma policial e a mulher de um traficante.

     O final foi aqueles típicos onde não há muitas surpresas, apesar de você se surpreender com a ação de alguns personagens. Apesar disso, consegue mostrar ao telespectador a superação da personagem principal e um desenrolar bem divertido.


     “Belas e Perseguidas” está longe de ser um filme de comédia tão bom quanto “As Bem-Armadas” e “Mulheres ao Ataque”, que possuem um estilo bem parecido. Achei que a ideia do filme poderia ter sido bem mais explorada e teria sido mais interessante se não tivessem focado em partes ridículas das trapalhadas de Cooper. Mas, ainda assim, as personagens merecem uma salva de palmas por mostrarem que são mulheres fortes que não precisam de ninguém para alcançar aquilo que tanto desejam.

Nota: 6

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