Autor: Arthur Conan Doyle
Editora: L&PM
Ano da Edição: 1998
Número de Páginas: 82
Sempre amei livros com
crimes e mistérios super difíceis de serem desvendados. Quem gosta desse tipo
de história com certeza se deliciará com os livros de Agatha Christie e de
Arthur Conan Doyle. Assim, hoje venho resenhar “Um Estudo em Vermelho”, a primeira
aventura de Sherlock Holmes e Dr. Watson. Sabe o que é engraçado? Embora esse
seja o primeiro volume, foi um dos únicos da série que eu não tinha lido. É
claro que eu não poderia perder a oportunidade de saber como tudo começou.
Como todos sabem (ou
não), quem narra a maior parte da história é o Dr. Watson. Ele mesmo nos conta
breves momentos de seu passado: como ele serviu no Afeganistão e se machucou
lá, sendo enviado de volta para a Inglaterra muito doente. Quando decide
procurar um lugar para se estabelecer, acaba por encontrar um amigo que
coincidentemente conhecia um homem que queria alguém para dividir o imóvel.
Esse homem era ninguém menos que Sherlock Holmes.
Ambos se dão bem de
início e decidem morar juntos, se mudando rapidamente para a Rua Baker, 221B.
Porém, a personalidade peculiar de Holmes acaba por chamar a atenção de Watson,
que ficava se indagando qual seria a profissão dele. Não demora muito para que
ele descubra que Holmes é um detetive particular consultivo (o único da
categoria). Assim, inicia uma parceria que durará alguns livros.
Se tem um fator que
foi muito bem explorado pelo autor foi a caracterização das personagens. Nesse
primeiro livro suas personalidades, manias e hábitos ganham muito foco por
diferir muito de um para outro. Watson apreciava momentos de solidão, mas
gostava de companhia e de boas conversas. Era uma pessoa boa, modesta e cética
em várias situações (principalmente em relação a algumas habilidades dedutivas
do companheiro). Já Holmes apreciava mais o silêncio, quando podia pensar
claramente sem ser interrompido. Tinha muito orgulho de suas habilidades,
chegando até a ser um pouco convencido por causa delas. Quando não tinha nenhum
mistério para resolver, ficava facilmente entediado e tocava melodias melancólicas
no violino o dia inteiro.
Enfim, o mistério
dessa trama começa quando Gregson, um dos detetives da Scotland Yard, pede para
que Holmes vá a uma casa observar um estranho cenário de assassinato. Chegando
lá, havia um homem morto no chão com um olhar dividido entre o medo e a raiva
sem nenhum tipo de ferimento. Como ele morreu? Além disso, havia uma palavra
escrita com sangue em uma das paredes do aposento: RACHE. Ela significa
vingança em alemão. Poderia ela estar ligada de alguma forma com as Sociedade
Secretas (como haviam sugerido os detetives da Scotland Yard)? Ou há algo mais
difícil de ser desvendado por trás de tudo?
Eu achei muito
interessante a maneira como a história ia se desenrolando. Conforme Holmes e
Watson iam achando várias pistas, o primeiro a relacionava com o crime. Assim,
o leitor se vê mais entretido pela trama, pois vai entendendo e juntado os
fatos de pouco em pouco até que consegue compreender bem o que verdadeiramente
aconteceu e como Holmes chegou àquela conclusão. Logo, a história não apresenta
ligações sem pé nem cabeça, mas sim fatos lógicos que são devidamente
explicados ao leitor.
Outro fator que me
surpreendeu foi a mudança de narrador no meio da trama. Quando o mistério se
resolveu e o culpado foi pego, Holmes sabia exatamente como tudo foi feito, mas
não porquê. Então, inicia-se uma narração do passado do assassino e o que o
levou a cometer tal ato. Foi realmente muito interessante, pois eu estava muito
curiosa para saber qual a motivação dele. É uma mini história dentro de outra
história.
Enfim, recomendo muito
a leitura desse livro, que possui uma trama tão envolvente e misteriosa, que
faz com que o leitor fique curioso do início ao fim. Todos vão perceber que é
uma leitura bem rápida, então se você não tem muito tempo de sobra pra ler,
esse livro é uma boa escolha. Além disso, você vai ficar curioso para ler os
próximos volumes e saber como se desenvolveu a amizade de Holmes e Watson.
Nota: 9
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