Direção: Adam Wingard
Produção: Roy Lee, Dan Lin, Jason Hoffs e Masi Oka
Companhia de Produção: Vertigo Entertainment, Witten Pictures,
Lin Pictures e Viz Productions
Distribuição: Netflix
Ano: 2017
Duração: 90min
Gênero: Suspense
Light Turner (Nat Wolff) é um garoto normal que deve ir a escola e é
incomodado por valentões da mesma forma que outros de sua idade. Um dia, um
caderno misterioso chamado Death Note cai em suas mãos e sua vida é mudada para
sempre. Com esse caderno, ele ganha o poder de matar qualquer pessoa desde que
saiba seu nome e rosto. Assim, juntamente com o deus da morte (shinigami) que
acompanha o caderno, Light começa a tentar fazer justiça com as próprias mãos.
O único problema, é que um detetive renomado conhecido como L (Keith Stanfield),
fará de tudo para descobrir quem está por trás do “benfeitor” Kira e colocá-lo
por trás das grades.
É claro que como uma grande fã do anime, eu não poderia deixar de
conferir o filme com meus próprios olhos para ver como seria. Eu estava
esperando que fosse totalmente horrível, mas me surpreendi com o fato deles
terem acertado em alguns pontos. Realmente podemos perceber que esse Death Note
é só baseado no anime, pois várias mudanças foram feitas não somente nos
personagens, mas na própria história.
Como esse filme adaptou 37 episódios em 1 hora e 30 minutos é claro que
muito conteúdo e história é perdido no processo. Nesse filme especificamente, a
síntese de informações acerca do Death Note e do Shinigami não permitiu que o telespectador
realmente conhecesse bem esses elementos, mas somente o essencial (o que nesse
caso, era o suficiente). O Death Note possui muitas regras, mas somente uma
pequena parte delas foi mostrada no filme, bem como várias informações acerca
do Ryuk (Willem Dafoe). Mas creio que aquilo que foi disponibilizado pelo
roteiro será suficiente para interessar o telespectador.
A história foi contada de uma maneira rápida, mas conseguiu sintetizar os
principais acontecimentos de uma parte da série. Quem nunca assistiu o anime
com certeza achará a história muito interessante e aproveitará muito o filme. Há
vários elementos inteligentes e surpreendentes na trama, sendo que vão
acontecendo reviravoltas o tempo todo. Com certeza não foi um filme que eu
considerei previsível, já que houve muitas mudanças.
O principal problema para os fãs da série são os personagens. Realmente
eles não chegam nem perto daqueles do anime. Não tive nenhum problema com o L
ser negro, mas não adianta nada o ator se sentar mais ou menos como o
personagem e comer doce o tempo todo se ele não consegue capturar todo o jeito
da agir dele. O L é um personagem tão marcante e tão peculiar que não tem como
você interpretar ele deixando algumas características de lado.
Já em relação ao Light, ele é mais humano no filme do que no anime, mais
parecendo um jovem que pegou algo que não sabia usar direito e que tinha medo
de usar em alguns momentos. Quem conhece o Kira do anime sabe que ele é um
completo psicopata e manipulador que jamais mostra qualquer fraqueza ou comete
erros bobos e óbvios. Tenho que afirmar mais uma vez que o personagem do anime
é melhor.
Falando super sério! Mia Sutton (Margaret Qualley) é a única personagem
do filme inteiro que eu preferi em relação a Misa Amane do anime. Ela não é
facilmente manipulável, é determinada e não vive em função do Light o tempo
todo. Mas não posso negar que possui uma mente fraca, já que sucumbe ao poder
do Death Note rapidamente. Ela conseguiu me deixar com mais raiva dela do que do
Kira (tem sentido isso?).
Agora em relação ao Ryuk, não vi nenhum problema com ele. A única
diferença que eu percebi é que o do filme parece ser mais mal do que o do
anime, rindo muito com a desgraça dos outros. Gostei muito da voz do ator
Willem Dafoe para o personagem e da computação gráfica que foi usada para fazer
sua aparência.
O final do filme é totalmente inesperado e inteligente, mas só tem um
problema: ele é deixado em aberto. Então não sabemos exatamente o que aconteceu,
ficando a dúvida se eles farão uma segunda parte com uma continuação. Enfim,
esse não foi um filme feito para os fãs do anime, mas para que várias pessoas
conhecessem a história (que é muito interessante). Como sou fã do anime,
consegui separar um do outro até certo ponto, gostando de alguns elementos do
filme e odiando outros. Se você nunca assistiu o original, assista o filme
primeiro, pois você vai gostar e se interessar pela história. É claro que
depois você deve ir imediatamente conferir o anime (que é muito melhor). =)
Nota: 7
PS: há certas coisas que eu não consigo deixar de comparar o original com
a adaptação, assim como aconteceu em Attack on Titan. Peço desculpas por
isso, mas há momentos em que a diferença de qualidade entre um e outro é tão
grande que não há como não comparar.
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