sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Death Note


Direção: Adam Wingard
Produção: Roy Lee, Dan Lin, Jason Hoffs e Masi Oka
Companhia de Produção:  Vertigo Entertainment, Witten Pictures,
Lin Pictures e Viz Productions
Distribuição: Netflix
Ano: 2017
Duração: 90min
Gênero: Suspense

     Light Turner (Nat Wolff) é um garoto normal que deve ir a escola e é incomodado por valentões da mesma forma que outros de sua idade. Um dia, um caderno misterioso chamado Death Note cai em suas mãos e sua vida é mudada para sempre. Com esse caderno, ele ganha o poder de matar qualquer pessoa desde que saiba seu nome e rosto. Assim, juntamente com o deus da morte (shinigami) que acompanha o caderno, Light começa a tentar fazer justiça com as próprias mãos. O único problema, é que um detetive renomado conhecido como L (Keith Stanfield), fará de tudo para descobrir quem está por trás do “benfeitor” Kira e colocá-lo por trás das grades.


     É claro que como uma grande fã do anime, eu não poderia deixar de conferir o filme com meus próprios olhos para ver como seria. Eu estava esperando que fosse totalmente horrível, mas me surpreendi com o fato deles terem acertado em alguns pontos. Realmente podemos perceber que esse Death Note é só baseado no anime, pois várias mudanças foram feitas não somente nos personagens, mas na própria história.


     Como esse filme adaptou 37 episódios em 1 hora e 30 minutos é claro que muito conteúdo e história é perdido no processo. Nesse filme especificamente, a síntese de informações acerca do Death Note e do Shinigami não permitiu que o telespectador realmente conhecesse bem esses elementos, mas somente o essencial (o que nesse caso, era o suficiente). O Death Note possui muitas regras, mas somente uma pequena parte delas foi mostrada no filme, bem como várias informações acerca do Ryuk (Willem Dafoe). Mas creio que aquilo que foi disponibilizado pelo roteiro será suficiente para interessar o telespectador.


     A história foi contada de uma maneira rápida, mas conseguiu sintetizar os principais acontecimentos de uma parte da série. Quem nunca assistiu o anime com certeza achará a história muito interessante e aproveitará muito o filme. Há vários elementos inteligentes e surpreendentes na trama, sendo que vão acontecendo reviravoltas o tempo todo. Com certeza não foi um filme que eu considerei previsível, já que houve muitas mudanças.


     O principal problema para os fãs da série são os personagens. Realmente eles não chegam nem perto daqueles do anime. Não tive nenhum problema com o L ser negro, mas não adianta nada o ator se sentar mais ou menos como o personagem e comer doce o tempo todo se ele não consegue capturar todo o jeito da agir dele. O L é um personagem tão marcante e tão peculiar que não tem como você interpretar ele deixando algumas características de lado.


     Já em relação ao Light, ele é mais humano no filme do que no anime, mais parecendo um jovem que pegou algo que não sabia usar direito e que tinha medo de usar em alguns momentos. Quem conhece o Kira do anime sabe que ele é um completo psicopata e manipulador que jamais mostra qualquer fraqueza ou comete erros bobos e óbvios. Tenho que afirmar mais uma vez que o personagem do anime é melhor.


     Falando super sério! Mia Sutton (Margaret Qualley) é a única personagem do filme inteiro que eu preferi em relação a Misa Amane do anime. Ela não é facilmente manipulável, é determinada e não vive em função do Light o tempo todo. Mas não posso negar que possui uma mente fraca, já que sucumbe ao poder do Death Note rapidamente. Ela conseguiu me deixar com mais raiva dela do que do Kira (tem sentido isso?).


     Agora em relação ao Ryuk, não vi nenhum problema com ele. A única diferença que eu percebi é que o do filme parece ser mais mal do que o do anime, rindo muito com a desgraça dos outros. Gostei muito da voz do ator Willem Dafoe para o personagem e da computação gráfica que foi usada para fazer sua aparência.


     O final do filme é totalmente inesperado e inteligente, mas só tem um problema: ele é deixado em aberto. Então não sabemos exatamente o que aconteceu, ficando a dúvida se eles farão uma segunda parte com uma continuação. Enfim, esse não foi um filme feito para os fãs do anime, mas para que várias pessoas conhecessem a história (que é muito interessante). Como sou fã do anime, consegui separar um do outro até certo ponto, gostando de alguns elementos do filme e odiando outros. Se você nunca assistiu o original, assista o filme primeiro, pois você vai gostar e se interessar pela história. É claro que depois você deve ir imediatamente conferir o anime (que é muito melhor). =)

Nota: 7

PS: há certas coisas que eu não consigo deixar de comparar o original com a adaptação, assim como aconteceu em Attack on Titan. Peço desculpas por isso, mas há momentos em que a diferença de qualidade entre um e outro é tão grande que não há como não comparar.

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