quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A Bela Adormecida


Direção: Les Clark, Eric Larson e Wolfgang Reitherman
Produção: Walt Disney
Roteiro: Erdman Penner (adaptação), Joe Rinaldi, Winston Hibler,
Bill Peet, Ted Sears, Ralph Wright e Milt Banta
Distribuição: Buena Vista Distribution
Ano: 1959
Duração: 1h e 15min
Gênero: Animação, Romance, Aventura

     Um dia, na cerimônia de batismo da filha do Rei, Aurora, três fadas chamadas Flora, Fauna e Primavera foram agraciar a princesa com virtudes que a ajudariam a crescer linda e saudável. Porém, antes que a terceira fada desse seu dom, Malévola aparece para amaldiçoar a garotinha, dizendo que em seus 16 anos ela espetaria o dedo no fuso de uma roca e morreria. Assim, quando não parecia haver esperança, Primavera usou um feitiço para mudar a maldição: quando ela espetar o dedo, ela cairá em um sono profundo, só podendo ser despertada com um beijo de amor.


     Vocês devem estar pensando: “Fala sério! A Bela Adormecida? Quem não conhece essa animação?”. Bem! Embora já tomemos como óbvio que todos já assistiram esse filme, isso não é verdade. Eu, que sempre fiz minha priminha assistir tudo que eu assistia quando era criança, descobri que não tinha feito ela assistir esse desenho. E quando a intimei, ela me contou que alguns dos amiguinhos dela também não tinham assistido. Ou seja, alguns desenhos antigos (que são melhores que os atuais na minha opinião) estão sendo deixados para trás. Se você é mãe ou tem irmãos mais novos, aconselho que os faça assistir os desenhos antigos, que parecem ter bem mais conteúdo que os novos (estou generalizando sem querer generalizar, pois sei que há muitos desenhos atuais que são bons).


     Então, vou começar falando um dos motivos de eu gostar de “A Bela Adormecida”: a ambientação excelente da animação. Estamos no século XIV na história e as vestimentas, as paisagens e as construções são totalmente condizentes com a época. E não é só isso! As músicas tocadas no desenho também se encaixam perfeitamente na história. Tudo isso contribui para termos um clima bem harmonioso e nostálgico na hora de assistir, o que eu não sinto em alguns desenhos hoje. Fala sério? Muitas músicas das animações atuais nem combinam com o tempo da história ou com a situação do personagem.


    Além disso, temos uma história de uma hora, mais ou menos, em que os acontecimentos são super dinâmicos. Tudo acontece de forma rápida e precisa, sendo que vamos sendo conduzidos a vários cenários diferentes que complementam de alguma forma a trama. Logo, não tem como você achar a história chata ou monótona. É claro que se você não gosta de romance e magia misturados em uma trama você não vai gostar nem um pouco de “A Bela Adormecida”.


     E eu não vou mentir para vocês: a Aurora é uma das princesas que eu menos gosto (não significa que eu não gosto, hein?). Ela é a típica princesa bonita, bondosa e que sabe cantar bem, não tendo nenhum atrativo diferente para nos chamar a atenção (embora a criançada fique encantada por ela). E para completar, ela precisa ficar sendo salva pelo príncipe sem ajudar em nada. Desde criança nunca gostei muito de personagens assim, por isso eu e minha irmã acabamos nos interessando pelas fadas, que eram muito boas e sabiam fazer mágica.


     Logo, quem acha que “A Bela Adormecida” não possui personagens femininas legais, está muito enganado. Se você pensar bem, se as fadas não estivessem ali o tempo todo com a Aurora e se elas não tivessem ajudado o príncipe, nossa princesa estaria dormindo no castelo até hoje. Elas são a personificação do carinho, criando uma menina que nem era delas e da forma mais espontânea possível. Já imaginou ficar sem fazer mágica (que deve ser muito legal) durante 16 anos só para proteger alguém? Pois é! Isso não é para qualquer um não.


    E se temos ótimas heroínas femininas, temos uma vilã para lá de ótima. Quem nunca ficou assustado quando criança das expressões e mágicas da Malévola? Eu estava assistindo com a minha irmã e ficávamos relembrando do tanto que tínhamos medo dela quando mais novas. Ela é uma pessoa má mesmo, daquela que só quer ver a desgraça e infelicidade dos outros, mesmo que ninguém tenha feito nada para ela (desculpa, mas não acho que a história do filme da Malévola se encaixe no contexto dessa animação). Assim, o filme ensina mais uma vez que devemos buscar nossa própria felicidade, ao invés de nossa felicidade ser proveniente da tristeza dos outros.


     Já deu para perceber que temos bons valores que são explorados na história, não é? Embora eu nunca tenha parado para pensar, essa animação defende que você deve ficar com alguém que você ama, seja uma princesa ou uma camponesa. Além disso, há muitos momentos em que mostra o amor, a amizade, o respeito e carinho pelos animais, além de várias outras coisas boas. E o “viveram felizes para sempre” encerra uma história que vai te deixar relaxada e feliz ao assistir. Como é bom relembrar a sua infância (me ajudar a esquecer um pouco a pressão da faculdade).

Nota: 8.0

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