quinta-feira, 10 de maio de 2018

Ergo Proxy


Ano de exibição: 2006
Número de episódios: 23
Emissora: WOWOW
Tempo médio de duração dos episódios: 25min
Gênero: Romance Filosófico, Mistério, Cyberpunk, Distopia

     Após um apocalipse ambiental, uma cidade futurista chamada Romdo foi criada para que houvesse a sobrevivência dos “cidadãos perfeitos”. Lá, há muitas regras e costumes que devem ser obedecidos e a população é assessorada por Autoreivs, robôs criados para satisfazer as vontades humanas. Porém, surge um vírus chamado Cogito que faz com que todos esses androides tenham almas e passem a querer viver suas próprias vidas, acabando com o equilíbrio que havia nessa utopia. Assim, Re-l Mayer procura incansavelmente descobrir o que está acontecendo, esbarrando em um imigrante peculiar chamado Vincent Law.


     Além de estarmos em um ambiente futurista super interessante e com robôs altamente desenvolvidos, o criador do anime ainda consegue colocar seres mais enigmáticos e curiosos na história: os proxys. O que eles são? De onde eles vieram? Quais são suas habilidades? A maior parte da trama gira em torno deles e dos mistérios que precisam ser resolvidos para salvar a humanidade de uma extinção eminente. E aí? A história conseguiu te interessar nem se for um pouco com esses seres assustadores e mortais?


     Tenho que admitir que nos primeiros episódios eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Eu me sentia totalmente perdida e tentada a sair procurando respostas na internet, mas acabei não fazendo isso. Uma das sacadas do anime é te deixar curioso com tudo o que está acontecendo, te deixando informado de tudo aos poucos. Aliás, se você pensar bem, nem mesmo a própria protagonista sabe de alguma coisa, então você vai descobrindo tudo junto com ela. Mas não desista se o começo confuso te deixar um pouco desanimado, pois vale muito a pena ver Ergo Proxy.


     Se você é uma pessoa filosófica com certeza vai adorar esse anime, já que vários elementos do mundo da filosofia foram inseridos em sua trama, deixando ela diferente de uma forma positiva (quem não está cansado de ver animes que não inovam em nada?). Eu não sou nem um pouco filosófica, mas isso não fez com que eu não aproveitasse bem o anime, só com que eu não entendesse a fundo certas coisas que aconteceram nele. Mas o mais importante ou óbvio que deveria ser entendido por todos eu consegui assimilar bem. Muitas pessoas vão ter interpretações diferentes de certos acontecimentos, deixando muito mais interessante discutir esse anime com os outros.


     E com uma trama totalmente diferente e inovadora (embora esse seja um anime de 2006), temos personagens bem interessantes e peculiares que nos ajudam a seguir em frente com o anime mesmo com tantas dúvidas. Os três principais e que foram os meus queridinhos foram: Re-I Mayer, Vincent Law e Pino. A primeira se veste de uma forma totalmente gótica e é a neta do “prefeito” da cidade, sendo muito persistente em descobrir a verdade por trás de tudo que está acontecendo. Vincent é o mais complexo de se entender, pois em certos momentos ele é frágil e solitário, em outros ele é destemido e em outros ele é super foda (vocês irão entender quando assistir). Já a Pino é uma Autoreiv que possui alma e é extremamente fofinha, parecendo entender de mais coisas do que realmente demonstra.


      Além desses três personagens, há muitos outros que você fica morrendo de raiva, pois você nunca consegue distinguir se a pessoa quer o bem ou a destruição da humanidade. Mas tudo bem, pois a raiva que sentimos delas passa quando passamos a ter mais cenas com os Autoreivs. Eu achava tão interessante e legal quando alguns conseguiam ter alma, que eu não conseguia me conter de felicidade, pois alguns realmente tinham mais humanidade que os próprios seres humanos.



      E outro fator que fez com que eu realmente gostasse da história foram os traços dos personagens. Gostei bastante do desenho puxar um pouco para o estilo gótico, dando um ar mais sombrio para a trama. Além disso, os Autoreivs e os Proxys ficaram muito bem desenhados e legais de ser ver, tendo detalhes muito interessantes. A única coisa que eu não posso elogiar é como o desenho ficava mal feito quando ele não estava em primeiro plano, sendo meio mal desenhado. Mas o pior, na minha opinião, foi a mudança de traços repentinos do Vincent, que antes tinha uma carinha de menino frágil que só anda com os olhos quase fechados e depois ficou com uma cara super masculina e com olhos que ficavam intimidantes em alguns momentos. Quase não reconheci o personagem!


      E quem gosta de ação vai ficar muito satisfeito com Ergo Proxy, pois temos cenas de lutas e fugas muito boas. Temos cenas de Autoreivs lutando contra seres humanos, de seres humanos lutando contra Proxys e de Proxys lutando contra outros Proxys. Sem dúvida nenhuma essas últimas lutas eram as mais prazerosas de ver, já que cada um parecia ter uma habilidade diferente. Não há nada melhor que assistir dois seres super poderosos e apavorantes lutando um contra o outro.


      Enfim, chegamos nos últimos episódios onde são jogadas várias bombas na gente, com coisas que jamais poderíamos ter imaginado que aconteceriam ou explicariam alguns acontecimentos. Realmente foi um anime que prendeu minha atenção do início ao fim e que sempre conseguiu me surpreender. Eu sei que há muitas pessoas que não gostam dele, mas realmente acho que todos os fãs de anime deveriam dar uma chance e descobrir o quanto Ergo Proxy pode ser bom.

Nota: 9.2 

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