sexta-feira, 8 de maio de 2020

Signal


Direção: Kim Won Suk
Roteiro: Kim Eun Hee
Emissão: tvN e Netflix
Número de Episódios: 16
Tempo Médio de Duração dos Episódios: 1h 10min
Gênero: Ação, Suspense, Drama, Policial
Ano:  2016

Esses dias eu ando meio desanimada do meu lolzinho (alguém aqui também joga?), então eu comecei a procurar algo que conseguisse me distrair. Como “Mr Sunshine: Um Raio de Sol” não conseguiu prender a minha atenção de jeito nenhum, decidi encontrar refúgio em um dos k-dramas mais elogiados de 2016: Signal. Vocês podem ter certeza de uma coisa: uma série policial coreana sempre será empolgante e com ótimos mistérios a serem resolvidos.



Não é segredo para ninguém que sempre adorei séries policiais, desde a americana Law and Order: SVU, até as coreanas Tunnel e Voice. Cada uma delas tem características que as diferenciam das demais e inovam um gênero que muitas vezes consegue apresentar filmes tão decepcionantes. Enquanto Law and Order: SVU aborda casos envolvendo crimes sexuais e vítimas especiais, Tunnel adiciona o elemento de viagem no tempo em sua trama. Já Voice inova ao ter como foco a equipe Golden Time, que possui como líder uma mulher com grandes capacidades auditivas.


Depois que você já viu essas grandes séries policiais, você se pergunta: o que Signal conseguirá trazer de tão bom para conseguir se equiparar a esses outros? Simples: uma história impecável, inteligentemente interligada e um elemento sobrenatural inovador. Sim, assim como cada uma das séries anteriormente citadas possuem um diferencial, Signal também apresenta um: a comunicação entre duas pessoas de tempos diferentes.


Park Hae Young (Lee Je Hoon) é um oficial da polícia e profiler criminal que não confia em seus próprios colegas de trabalho devido a experiências de seu passado. Um dia, enquanto estava na delegacia de polícia, ele escuta um som saindo de um antigo walkie-talkie. Ao pegá-lo, um homem começa a falar com ele pelo outro lado. Esse homem se chama Lee Jae Han, um detetive que está investigando um caso de sequestro no ano 2000. Como Park Hae Young está conseguindo se comunicar com um detetive que está realizando uma investigação a 15 anos atrás?


A premissa dessa série é muito interessante, pois ela possui como protagonistas duas pessoas de tempos diferentes se comunicando por meio de um walkie-talkie. E é claro que uma história assim abre muitas possibilidades interessantes, inclusive a perspectiva de se mudar o presente por meio de mudanças no passado. Signal inseriu esse elemento de forma muito realista, nos mostrando que uma boa ação realizada no passado pode gerar consequências positivas e negativas para o futuro. Isso me deixou muito tensa e interessada, pois eu ficava realmente curiosa para saber como tudo se desenrolaria.


Não consigo descrever o tanto que esse roteiro é bem feito, pois além dele ter uma trama extremamente interessante, ele ainda consegue não ter nenhum furo. Tudo em relação a cada caso investigado pela equipe de polícia é muito bem explicado e ligado com outros casos de forma muito inteligente. Esse k-drama nos mostra passo a passo como cada prova é obtida, qual o raciocínio que eles tiveram para descobrir quem é determinado assassino e quais as técnicas e ferramentas utilizadas pela polícia de cada época.


E solucionar os casos só se torna mais interessante quando podemos comparar a diferença das investigações das duas épocas. É claro que nos anos 90 muitas tecnologias não tinham sido desenvolvidas ainda, então para provar certas coisas era necessário muito mais esforço. Embora muitas vezes Park Hae Young soubesse quem era o culpado dos casos do passado, não bastava simplesmente que Lee Jae Han fosse prender os assassinos, necessitando buscar provas para incriminá-los. Pensa agora na minha ansiedade assistindo tudo isso. Acredite: foi muita ansiedade para uma pessoa só.


A ansiedade só vai ficando maior quando o drama aborda outro elemento um tanto quanto tenso: a corrupção dentro da própria polícia. Na minha opinião, essa foi uma das temáticas mais abordadas da série, estando a corrupção sempre entrelaçada com vários casos. E isso só tornava tudo mais difícil, pois já imaginou resolver um caso difícil com policiais corruptos na sua cola? Muito difícil, não?


Já deu pra perceber que esse drama é tudo de bom, certo? Ele apresenta um roteiro ótimo e consistente, mistérios muito interessantes e aborda temáticas relevantes como a corrupção. Sabe a única coisa que faltou um pouco? A inserção de personagens femininas dentro da polícia. A única detetive de toda a série foi a implacável Cha Soo Hyun (Kim Hye Soo), uma mulher que se desenvolveu muito profissionalmente durante a série. Ela lutava bem, era inteligente, justa e leal aos seus amigos e princípios.


E para abordar um pouco mais essa temática da inserção das mulheres na polícia, temos que olhar para os flashbacks do passado de Cha Soo Hyun. Ela foi a primeira mulher a entrar para a polícia coreana na época dela, sendo vista como a “mascote” da delegacia. O drama conseguiu mostrar rapidamente que ela não era só um rostinho bonito na polícia, mas uma detetive determinada e que conseguiria ascender em sua carreira. Até aí tudo bem, pois mostraram como tinham poucas mulheres policiais na época e como a visão delas na polícia mudou com o tempo, havendo o reconhecimento de que elas também eram boas profissionais. Porém eu acho que é difícil engolir o fato de que Deteive Cha ainda continua sendo a única mulher na delegacia em pleno 2015. Vacilaram um pouco nesse quesito.


Entre resoluções de casos, conversas entre os dois protagonistas e flashbacks dos personagens, nós vamos ficando mais maravilhados ainda com o desenvolvimento dos relacionamentos entre eles. Sério! Muitos deles viraram amigos mesmo e confiavam inteiramente um no outro, fazendo de tudo para que nenhum deles saísse machucado das várias situações perigosas da série. E tudo isso só fez com que nós entendêssemos cada vez mais os personagens e nos aproximássemos deles, pois era possível entender de onde veio cada qualidade e defeito dos mesmos.


Após 16 episódios e muita tensão e curiosidade, finalmente o final chegou para nós enfim sabermos como a história seria concluída. Tudo estava ficando muito emocionante e estávamos comemorando alguns acontecimentos quando, do nada, a série acaba e nos deixa com um final em aberto. Tipo, totalmente aberto! Dando um espaço claro para uma segunda temporada. Gostei do final? Muito! Mas não gostei nadinha de estarmos em pleno 2020 e a próxima temporada ainda não ter sido anunciada.

Nota: 10

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