sexta-feira, 24 de julho de 2020

1917


Direção: Sam Mendes
Produção: Sam Mendes, Pippa Harris,
Jayne Ann Tenggren, Callum McDougall
e Brian Oliver
Roteiro: Sam Mendes e Krysty Wilson Cairns
Distribuição: Universal Studios
Duração: 2h
Ano: 2019
Gênero: Guerra, Épico e Suspense

     Durante a Primeira Guerra Mundial, no ano de 1917, a Alemanha traçou novas estratégias que causariam a morte de muitos soldados britânicos. Sabendo dessas novas estratégias, o General Erinmore (Colin Firth) envia dois soldados britânicos para passar uma mensagem ao 2º Batalhão do Regimento de Devonshire que seria pego em uma armadilha. Assim, Will Schofield (George MacKay) e Tom Blake (Dean-Charles Chapman) terão que percorrer um caminho perigoso e mortal para completar a missão. 


     Sabe quando os filmes que falam sobre guerra chamam a minha atenção? Quando eles contam uma história emocionante sobre amizade, amor ou sacrifício (como acontece em Até o Último Homem). Eu não gosto muito daqueles que se resumem a muita ação e matança e não tem um aprofundamento dos sentimentos dos personagens. É claro que “1917” se provou um filme de guerra que eu gosto, sendo que não foi à toa que ele foi um dos Indicados para Melhor Filme no Oscar de 2020. 


     Já nos primeiros minutos do filme a missão é repassada para os cabos Schofield e Blake, que nos dão a entender desde o princípio que seria quase impossível de ser executada. Depois desses primeiros minutos, acaba o sossego do telespectador, que se vê tenso literalmente o filme inteiro. É incrível como uma cena dos cabos abrindo caminho entre seus próprios aliados pode deixar uma pessoa tão nervosa. 


     E a tensão aumenta mais ainda no momento em que eles pisam para fora dos territórios dominados pelos ingleses. O silencio é ensurdecedor, não há sinal de vida em quase todos os lugares, mas mesmo assim a sensação de perigo está sempre presente. Os protagonistas passam por um cenário mais diferente que o outro, mas que exalam guerra, morte e destruição. É impossível não se envolver emocionalmente com a história e com os ambientes retratados por ela quando temos uma fotografia tão bem pensada. O Oscar 2020 de “Melhor Fotografia” foi merecidíssimo.


     E a fotografia e as paisagens não são as únicas coisas que nos fazem ter um envolvimento maior com a história, pois os protagonistas também o fazem. Durante toda essa jornada, podemos acompanhar o relacionamento e a amizade dos dois, bem como a forma como eles lidavam com os problemas que viam. Era muito legal ver as diferenças e semelhanças entre eles, sendo que Will era um soldado mais racional e Tom um soldado mais emocional. Esses traços em suas personalidades trarão consequências boas e ruins para eles no decorrer da história. 


     Will e Tom com certeza foram os personagens que tiveram um maior destaque na história e que nos sensibilizávamos mais, mas isso não impediu que pequenas aparições de outros soldados acrescentassem muita a qualidade da trama. É impossível não perceber toda a relação de companheirismo que existe entre homens que lutam lado a lado e como a partida de um companheiro pode afetar alguém pra sempre. São esses elementos que, mesmo quando abordados de forma rápida e objetiva, tornam filmes de guerra tão emocionantes de se assistir.  


     E nada melhor para tornar um filme tão envolvente e emocionante do que a trilha sonora, não é? Esse foi outro ponto que “1917” conseguiu acertar em cheio. As cenas de suspense e tensão só tiveram o impacto desejado devido a trilha sonora muito bem pensada e feita. Quando começavam a tocar certas musiquinhas no fundo, todos da minha família (assistimos o filme juntos) já ficavam em alerta para ver o que iria acontecer. 


     Nos minutos finais do filme, após tanto apego aos personagens e após tanta curiosidade em relação a qual seria o desenrolar da história, finalmente ficamos sabendo se a missão deu certo ou não. Os momentos finais nos deram a quantidade certa de emoção e esclareceu um pouco o passado de Will, que não foi muito abordado no decorrer do filme. Embora eu tenha entendido por que o roteiro não explorou muito o passado dele, eu queria que o tivessem feito. Essa é a única coisa que eu alteraria em “1917”.

Nota: 9

Nenhum comentário:

Postar um comentário