Direção: Sam Mendes
Produção: Sam Mendes, Pippa Harris,
Jayne Ann Tenggren, Callum McDougall
e Brian Oliver
Roteiro: Sam Mendes e Krysty Wilson Cairns
Distribuição: Universal Studios
Duração: 2h
Ano: 2019
Gênero: Guerra, Épico e Suspense
Durante a Primeira Guerra Mundial, no ano de 1917, a Alemanha traçou
novas estratégias que causariam a morte de muitos soldados britânicos. Sabendo
dessas novas estratégias, o General Erinmore (Colin Firth) envia dois soldados
britânicos para passar uma mensagem ao 2º Batalhão do Regimento de Devonshire
que seria pego em uma armadilha. Assim, Will Schofield (George MacKay) e Tom
Blake (Dean-Charles Chapman) terão que percorrer um caminho perigoso e mortal
para completar a missão.
Sabe quando os filmes que falam sobre guerra chamam a minha atenção?
Quando eles contam uma história emocionante sobre amizade, amor ou sacrifício
(como acontece em Até o Último Homem). Eu não gosto muito daqueles que se
resumem a muita ação e matança e não tem um aprofundamento dos sentimentos dos
personagens. É claro que “1917” se provou um filme de guerra que eu gosto,
sendo que não foi à toa que ele foi um dos Indicados para Melhor Filme no Oscar
de 2020.
Já nos primeiros minutos do filme a missão é repassada para os cabos
Schofield e Blake, que nos dão a entender desde o princípio que seria quase
impossível de ser executada. Depois desses primeiros minutos, acaba o sossego
do telespectador, que se vê tenso literalmente o filme inteiro. É incrível como
uma cena dos cabos abrindo caminho entre seus próprios aliados pode deixar uma
pessoa tão nervosa.
E a tensão aumenta mais ainda no momento em que eles pisam para fora
dos territórios dominados pelos ingleses. O silencio é ensurdecedor, não há
sinal de vida em quase todos os lugares, mas mesmo assim a sensação de perigo
está sempre presente. Os protagonistas passam por um cenário mais diferente que
o outro, mas que exalam guerra, morte e destruição. É impossível não se
envolver emocionalmente com a história e com os ambientes retratados por ela
quando temos uma fotografia tão bem pensada. O Oscar 2020 de “Melhor
Fotografia” foi merecidíssimo.
E a fotografia e as paisagens não são as únicas coisas que nos fazem
ter um envolvimento maior com a história, pois os protagonistas também o fazem.
Durante toda essa jornada, podemos acompanhar o relacionamento e a amizade dos
dois, bem como a forma como eles lidavam com os problemas que viam. Era muito
legal ver as diferenças e semelhanças entre eles, sendo que Will era um soldado
mais racional e Tom um soldado mais emocional. Esses traços em suas
personalidades trarão consequências boas e ruins para eles no decorrer da
história.
Will e Tom com certeza foram os personagens que tiveram um maior
destaque na história e que nos sensibilizávamos mais, mas isso não impediu que
pequenas aparições de outros soldados acrescentassem muita a qualidade da
trama. É impossível não perceber toda a relação de companheirismo que existe
entre homens que lutam lado a lado e como a partida de um companheiro pode
afetar alguém pra sempre. São esses elementos que, mesmo quando abordados de
forma rápida e objetiva, tornam filmes de guerra tão emocionantes de se
assistir.
E nada melhor para tornar um filme tão
envolvente e emocionante do que a trilha sonora, não é? Esse foi outro ponto
que “1917” conseguiu acertar em cheio. As cenas de suspense e tensão só tiveram
o impacto desejado devido a trilha sonora muito bem pensada e feita. Quando
começavam a tocar certas musiquinhas no fundo, todos da minha família
(assistimos o filme juntos) já ficavam em alerta para ver o que iria acontecer.
Nos minutos finais do filme, após tanto apego aos personagens e após
tanta curiosidade em relação a qual seria o desenrolar da história, finalmente
ficamos sabendo se a missão deu certo ou não. Os momentos finais nos deram a
quantidade certa de emoção e esclareceu um pouco o passado de Will, que não foi
muito abordado no decorrer do filme. Embora eu tenha entendido por que o
roteiro não explorou muito o passado dele, eu queria que o tivessem feito. Essa
é a única coisa que eu alteraria em “1917”.
Nota: 9
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