sábado, 18 de julho de 2020

One Day At a Time


Direção: Gloria Calderon Kellet e
Mike Royce
Produção: Gloria Calderon Kellet, Mike Royce,
Norman Lear, Michael Garcia e Brent Miller
Empresas Produtoras: Act III Productions, Snowpants
Productions, Big Girl Pants Productions,
Small Fish Studios e Sony Pictures Television
Emissão: Netflix e POP TV
Número de Temporadas: 4
Número de Episódios: 44
Tempo Médio de Duração dos Episódios: 22min
Ano: 2017 – presente
Gênero: Sitcom, Comédia e Familiar

     A família Alvarez é uma família cubano-americana que vive a vida a sua própria maneira. Ela é chefiada por Penélope Álvarez (Justina Machado), uma mãe solteira e ex-militar que cria uma filha adolescente e um filho jovem juntamente com sua mãe cubana e conservadora. Que surpresas aguardam essa família nada convencional?


     Ás vezes eu consigo me superar e achar uma pérola escondida (pra mim, ao menos) na Netflix. O achado da vez é a série “One Day at a Time”, uma série com personagens cativantes e uma história versátil que ora nos faz rir, ora aborda temas muito relevantes. Sério mesmo! Não sei como nunca ouvi falar dela, pois ela é excelente e existe desde 2017. Sorte que eu saio pegando coisas totalmente aleatórias para assistir.


     Como a própria sinopse já mostra, “One Day at a Time” tem como premissa mostrar a vida de uma família cubano-americana. Assim, durante as quatro temporadas já lançadas, o telespectador acompanhará o dia a dia e o desenvolvimento da família conforme os anos passam. Mas isso não se dá de forma comum e entediante, mas sim com uma pitada de humor e comédia.


     E todo o frescor e alegria da série são méritos dos próprios personagens, que são extremamente cativantes e únicos. O meu preferido é a própria Penélope, que é uma mãe e uma pessoa maravilhosa. Ela é forte, decidida, animada e faria qualquer coisa por seus filhos. E embora ela tenha todas essas características, Penélope também possui fraquezas e momentos de erros e tristezas. Essa mistura de mãe perfeita e mulher imperfeita é o que mais nos atrai na personagem, pois sua humanidade faz com que nos identifiquemos com ela.


     Outra personagem muito importante para a série é a filha adolescente de Penélope: Elena (Isabella Gomez). Elena não é uma adolescente comum, sendo uma pessoa que se preocupa com o planeta e com a justiça mais do que qualquer outra no mundo. Ela é uma feminista assumida e defensora dos direitos LGBTs, lendo muito sobre esses assuntos e fazendo de tudo para que as pessoas concordem com seu ponto de vista.


     Já Alex (Marcel Ruiz), que é o filho mais novo e o único homem da casa, possui uma personalidade mais tranquila do que as mulheres de sua família. Ele gosta de se vestir bem, de sair arrumado para qualquer lugar e é o que mais se preocupa em com a aparência na sua casa. Não é legal quando invertem um pouco o papel e colocam o homem como o mais vaidoso e cuidadoso com a aparência?


     Por fim, a última pessoa pertencente a família Alvarez é Lydia (Rita Moreno), a “abuelita” da casa. Dentre os personagens principais, ela foi a que eu menos gostei devido a sua personalidade um tanto narcisista. Ela se preocupa muito com as aparências, é extremamente conservadora, machista e quer tudo do seu jeito. Embora ela tenha essas características que acabaram me desagradando um pouco, ela se preocupa com a família e tem muito orgulho do que é. Sabe aquelas pessoas que parecem não sentir o peso da idade? Essa é Lydia!


     E temos também um personagem que não faz parta da família Alvarez, mas que participa muito da vida de todos eles: Dwayne Schneider (Todd Grinnell). Ele é um homem canadense muito engraçado e que tem alguns parafusos a menos. Ele simplesmente invade a casa dos Alvarez o tempo todo, entrando e saindo quando quer. Além disso, Schneider é um típico homem rico e branco que se acha desprivilegiado em relação a várias coisas.


     E como temos personagens tão diversificados e que defendem diferentes ideologias, obviamente teríamos uma série com muitas críticas sociais e que discute vários temas importantes e polêmicos. Em One Day At Time temos episódios que discutem a homofobia, o racismo, o machismo, a xenofobia, a depressão... São tantos assuntos interessantes que não consigo nem falar de todos eles aqui para vocês.


     E outra coisa que eu achei bem legal é a forma como eles mostraram que há pessoas que podem tomar atitudes que machucam outros, mas que no fundo são boas. O mundo está mudando muito rápido, e nem todos conseguem se adaptar as mudanças com tanta facilidade. A avó da família, Lydia, é um exemplo perfeito disso. Ela claramente tinha atitudes machistas e até mesmo homofóbicas durante a série (o que me irritava muito). Ela foi mudando um pouco essas atitudes com o tempo e até passou a respeitar e apoiar certas atitudes feministas e relacionadas ao público LGBT. Obviamente alguns tem uma criação mais conservadora e que muitas vezes não prega o respeito a todos, mas Lydia provou que nunca é tarde demais para mudar.


     Eu simplesmente amei essa série! Ela possui personagens bons e que se desenvolvem muito no decorrer dos episódios, fala sobre temas relevantes e nos consegue tirar boas gargalhadas. Eu não poderia pedir mais nada dela. A única coisa que eu fiquei meio sem entender foi o modo como os próprios personagens falavam dos Estados Unidos. Tinha momentos que eles até criticavam algo que acontecia lá, mas em outros momentos parecia que eles deixavam o país como o melhor do mundo. Não sei! Achei meio estranho! Se alguém concorda ou discorda de mim, por favor deixe nos comentários. Fiquei realmente curiosa para ver se alguém mais reparou isso.


      Enfim, “One Day At a Time” é uma série obrigatória para todo mundo ver. Se você está procurando uma série crítica, você vai gostar de assistir. Se você está procurando uma de comédia, você vai amar também. Só achei uma pena a Netflix ter cancelado a série, pois ela possui temáticas muito relevantes. Pelo menos a POP TV resgatou essa série maravilhosa! Que venha uma quinta temporada!

Nota: 9,5

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