sexta-feira, 10 de julho de 2020

Warrior Nun


Direção: Simon Barry
Baseado em: Warrior Nun Areala
de Bem Dunn
Companhia Produtora: Reality Distortion Field
Distribuição: Netflix
Número de Episódios: 10
Tempo de Duração dos Episódios: 45min
Ano: 2020
Gênero: Sobrenatural, Drama, Fantasia, Ação

     A igreja católica possui uma ordem secreta denominada Ordem da Espada Cruciforme, a qual é composta por jovens freiras que são treinadas para caçar demônios. Dentre elas, há uma guerreira que possui habilidades especiais, a portadora do Halo. Quando as freiras guerreiras são atacadas e sua líder, Shannon (Melina Matthews), morre, o Halo é escondido no corpo de uma garota morta. O que ninguém esperava, era que a garota iria voltar a vida após o ocorrido. O que Ava Silva (Alba Baptista) fará com a nova chance que lhe foi dada? 


     Quando eu li pela primeira vez a sinopse dessa série, pensei que seria uma daquelas histórias de terror com freiras que não íamos nem conseguir dormir depois de assistir. Minhas expectativas se provaram todas erradas, sendo que Warrior Nun se encaixaria muito mais no gênero ação do que no terror, na minha opinião. Embora vocês não encontrem muitas cenas assustadoras aqui, com certeza ficarão impressionados com as cenas de lutas das poderosas guerreiras.


     Tenho que admitir que os primeiros episódios da série não foram muito promissores, me fazendo ficar com medo da Netflix estar transformando uma trama sobrenatural em uma trama adolescente. Obviamente há cenas sérias e que realmente valem a pena ser vistas, mas Ava não contribuiu muito com a história e para que gostássemos dela. É sério! A protagonista fez com que eu pegasse birra dela nos primeiros instantes em que ela apareceu.


     Eu já sabia que teríamos certas atitudes imaturas e impensadas da protagonista, mas não que elas seriam tão frequentes nos primeiros episódios. Eu entendo que ela estava aproveitando a nova liberdade e a nova vida, mas ela simplesmente não era capaz de parar de ser debochada com assuntos muito sérios. Fica todo mundo em volta dela falando como é importante ela saber lidar com o novo poder que recebeu, que pessoas morreram tentando proteger o mundo do mal, e fica a garotinha lá fazendo graça. Que raiva!


     Graças ao bom Deus a falta de simpatia que eu senti por ela no início foi compensada pela existência de ótimos personagens. E os mais legais deles são as próprias garotas que fazem parte da ordem: Mary (Toya Turner), Beatrice (Kristina Tonteri Young), Lilith (Lorena Andrea) e Camila (Olivia Delcán). Elas são tão empoderadas, fortes, corajosas e únicas que se torna impossível não gostar delas. Só queria que tivessem abordado um pouco mais o passado delas, mas já tinha consciência que não conseguiriam abordar tudo em somente 10 episódios.


     O mistério da trama gira basicamente em torno de quem orquestrou o plano para matar a antiga portadora do Halo, Shannon. E essa premissa abriu portas para várias possibilidades, como a existência de traidores dentro da igreja, clérigos com planos obscuros, freiras disputando pelo poder, entre outras. E conforme esse mistério vai se desenrolando, percebemos que tanto pessoas de dentro, como de fora da igreja foram envolvidos para a execução de um plano ainda maior.


     E o roteiro foi excelente ao retratar seus mistérios, já que tudo foi muito bem entrelaçado e explicado. Afinal, é horrível ter uma história sobrenatural na qual não há explicações plausíveis para aquilo que está acontecendo. Assim, algum acontecimento que não fazia sentido em um primeiro momento, ganhava significado conforme os personagens faziam certas descobertas.


     Complementando a trama da série, nada melhor que um bom embate entre igreja e ciência. Em Warrior Nun, há pessoas que buscam suas respostas na ciência e pessoas que buscam suas respostas na fé e na religião. A vertente científica na série é representada por Jillian Salvius (Thekla Reuten), uma cientista que busca fazer descobertas inimagináveis que permitiriam abrir um portal para outra dimensão.


     Vocês perceberam que até agora eu só citei personagens femininas? Isso não é por acaso, pois os melhores e mais significativos personagens da série são mulheres. Até que enfim temos uma série de gênero sobrenatural e ação que tem como protagonistas um grupo de mulheres poderosas. O mais comum seria ter um grupo de padres caçando demônios, mas em Warrior Nun eles procuraram inovar nesse quesito.


     Outro elemento da série que dá orgulho é a representatividade presente no elenco. Ao procurar um pouco sobre os atores de Warrior Nun, me deparei com pessoas de nacionalidades totalmente diferentes: alemã, portuguesa, espanhola, entre outras. Temos atores pretos, atores com traços orientais (coreano, pra ser específica) e até mesmo uma atriz trans: May Simón Lifischitz. É muito lindo de se ver tanta representatividade em uma série só!


     E quando achávamos que finalmente a verdade tinha sido revelada, os episódios finais nos mostraram que não podíamos estar mais errados. Eu não acreditei no que estava acontecendo! O final foi o ápice da temporada, nos surpreendendo profundamente com eventos totalmente inesperados. Um pequeno aviso: não confie em ninguém!

Nota: 8

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