Direção: Simon Barry
Baseado
em: Warrior Nun
Areala
de Bem Dunn
Companhia
Produtora: Reality
Distortion Field
Distribuição: Netflix
Número de
Episódios: 10
Tempo de
Duração dos Episódios: 45min
Ano: 2020
Gênero: Sobrenatural, Drama, Fantasia, Ação
A
igreja católica possui uma ordem secreta denominada Ordem da Espada Cruciforme,
a qual é composta por jovens freiras que são treinadas para caçar demônios.
Dentre elas, há uma guerreira que possui habilidades especiais, a portadora do
Halo. Quando as freiras guerreiras são atacadas e sua líder, Shannon (Melina
Matthews), morre, o Halo é escondido no corpo de uma garota morta. O que
ninguém esperava, era que a garota iria voltar a vida após o ocorrido. O que
Ava Silva (Alba Baptista) fará com a nova chance que lhe foi dada?
Quando
eu li pela primeira vez a sinopse dessa série, pensei que seria uma daquelas
histórias de terror com freiras que não íamos nem conseguir dormir depois de
assistir. Minhas expectativas se provaram todas erradas, sendo que Warrior Nun
se encaixaria muito mais no gênero ação do que no terror, na minha opinião. Embora
vocês não encontrem muitas cenas assustadoras aqui, com certeza ficarão
impressionados com as cenas de lutas das poderosas guerreiras.
Tenho
que admitir que os primeiros episódios da série não foram muito promissores, me
fazendo ficar com medo da Netflix estar transformando uma trama sobrenatural em
uma trama adolescente. Obviamente há cenas sérias e que realmente valem a pena ser
vistas, mas Ava não contribuiu muito com a história e para que gostássemos
dela. É sério! A protagonista fez com que eu pegasse birra dela nos primeiros
instantes em que ela apareceu.
Eu
já sabia que teríamos certas atitudes imaturas e impensadas da protagonista,
mas não que elas seriam tão frequentes nos primeiros episódios. Eu entendo que
ela estava aproveitando a nova liberdade e a nova vida, mas ela simplesmente
não era capaz de parar de ser debochada com assuntos muito sérios. Fica todo
mundo em volta dela falando como é importante ela saber lidar com o novo poder
que recebeu, que pessoas morreram tentando proteger o mundo do mal, e fica a
garotinha lá fazendo graça. Que raiva!
Graças
ao bom Deus a falta de simpatia que eu senti por ela no início foi compensada
pela existência de ótimos personagens. E os mais legais deles são as próprias
garotas que fazem parte da ordem: Mary (Toya Turner), Beatrice (Kristina
Tonteri Young), Lilith (Lorena Andrea) e Camila (Olivia Delcán). Elas são tão
empoderadas, fortes, corajosas e únicas que se torna impossível não gostar
delas. Só queria que tivessem abordado um pouco mais o passado delas, mas já
tinha consciência que não conseguiriam abordar tudo em somente 10 episódios.
O
mistério da trama gira basicamente em torno de quem orquestrou o plano para
matar a antiga portadora do Halo, Shannon. E essa premissa abriu portas para
várias possibilidades, como a existência de traidores dentro da igreja, clérigos
com planos obscuros, freiras disputando pelo poder, entre outras. E conforme
esse mistério vai se desenrolando, percebemos que tanto pessoas de dentro, como
de fora da igreja foram envolvidos para a execução de um plano ainda maior.
E o
roteiro foi excelente ao retratar seus mistérios, já que tudo foi muito bem
entrelaçado e explicado. Afinal, é horrível ter uma história sobrenatural na
qual não há explicações plausíveis para aquilo que está acontecendo. Assim,
algum acontecimento que não fazia sentido em um primeiro momento, ganhava
significado conforme os personagens faziam certas descobertas.
Complementando
a trama da série, nada melhor que um bom embate entre igreja e ciência. Em
Warrior Nun, há pessoas que buscam suas respostas na ciência e pessoas que
buscam suas respostas na fé e na religião. A vertente científica na série é
representada por Jillian Salvius (Thekla Reuten), uma cientista que busca fazer
descobertas inimagináveis que permitiriam abrir um portal para outra dimensão.
Vocês
perceberam que até agora eu só citei personagens femininas? Isso não é por
acaso, pois os melhores e mais significativos personagens da série são
mulheres. Até que enfim temos uma série de gênero sobrenatural e ação que tem
como protagonistas um grupo de mulheres poderosas. O mais comum seria ter um grupo
de padres caçando demônios, mas em Warrior Nun eles procuraram inovar nesse
quesito.
Outro
elemento da série que dá orgulho é a representatividade presente no elenco. Ao
procurar um pouco sobre os atores de Warrior Nun, me deparei com pessoas de nacionalidades
totalmente diferentes: alemã, portuguesa, espanhola, entre outras. Temos atores
pretos, atores com traços orientais (coreano, pra ser específica) e até mesmo
uma atriz trans: May Simón Lifischitz. É muito lindo de se ver tanta
representatividade em uma série só!
E
quando achávamos que finalmente a verdade tinha sido revelada, os episódios
finais nos mostraram que não podíamos estar mais errados. Eu não acreditei no
que estava acontecendo! O final foi o ápice da temporada, nos surpreendendo
profundamente com eventos totalmente inesperados. Um pequeno aviso: não confie
em ninguém!
Nota: 8
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